Vários estudos mostraram que o exercício pode retardar a progressão do câncer em camundongos. No entanto, o mecanismo exato por trás dos efeitos protetores do exercício ainda não está claro. Compreender a biologia por trás do exercício pode levar a novas abordagens de tratamento oncológico. Pesquisadores do Karolinska Institutet identificaram uma explicação plausível de como o exercício afeta o tamanho dos tumores em camundongos. No estudo, os pesquisadores examinaram a resposta do sistema imunológico ao exercício. Os pesquisadores descobriram que o exercício reduziu o número de células imunossupressoras no baço, o número de células natural killer (NK) no baço e o número de células cancerígenas no baço. Essas células são importantes na supressão do câncer. Eles controlam a micrometástase e ajudam a impedir que os tumores se espalhem.
Além de reduzir o número de células imunossupressoras, o exercício também inibiu o crescimento de tumores tanto no modelo 4T1 de TNBC humano quanto no modelo de melanoma singênico B16F10. Os pesquisadores foram capazes de usar a análise de microarray para determinar os efeitos do exercício sobre o tamanho dos tumores. O tamanho dos tumores em camundongos exercitados foi significativamente reduzido em comparação com os tumores no grupo controle. A diferença de tamanho foi estatisticamente significativa em p 0,05.
A atividade física também demonstrou alterar o metabolismo das células T citotóxicas do sistema imunológico. Essas células são importantes para a supressão do câncer induzida pelo exercício. O exercício pode alterar o equilíbrio dessas células, liberando metabólitos comuns no sangue, que aumentam a atividade das células T. Esses metabólitos também são liberados em humanos, onde alteram o metabolismo das células T. Isso pode ajudar a explicar por que o exercício é tão eficaz em retardar o crescimento do câncer.
O estudo também mostrou que o exercício pode melhorar o efeito antitumoral da quimioterapia e da radioterapia. Além de aumentar a resposta anticancerígena dessas terapias, o exercício também aumentou a capacidade do sistema imunológico de responder ao agente citotóxico PD-1. Os pesquisadores também descobriram que o exercício teve um efeito positivo na sobrevivência de camundongos com tumores 4T1. Isso ocorre porque o exercício reduziu significativamente o desenvolvimento de tumores metastáticos.
Os pesquisadores também descobriram que a atividade física aumentou o tráfego de células assassinas naturais (NK) no corpo. O tráfego induzido pelo exercício de células NK no baço ajudou a retardar a progressão do câncer em camundongos. O aumento da atividade das células NK foi associado à diminuição do tamanho do tumor. O número de células NK também foi significativamente maior em camundongos exercitados em comparação com o grupo controle.
Os pesquisadores também descobriram que o exercício foi capaz de reduzir o número de células supressoras derivadas de mieloides (MDSCs) no baço. A quantidade de MDSCs no baço foi reduzida em cerca de um terço e foi proporcional à quantidade de exercício realizado. Curiosamente, o número de MDSCs não foi correlacionado com o número de células T CD8+, sugerindo que o exercício tem um papel a desempenhar na regulação das células imunes. Isso é importante para o tratamento do câncer, uma vez que as MDSCs são uma importante fonte de resistência à quimioterapia e à radioterapia.